É lamentável que ao longo de décadas, a maioria de nossa representação política tenha sido pífia e oportunista. Infelizmente, grande parte dos políticos em nossa capital, detentores do poder da caneta, a usam apenas para seus próprios interesses, fortalecendo-se enquanto ignoram as necessidades da população. Vivemos entre dois pólos: uma cidade bela nas redes sociais e uma cidade que enfrenta a miserabilidade de grande parte de sua população, uma realidade invisível para muitos poderes públicos e políticos.
Enquanto são gastos milhões em festas escabrosas e derrama-se dinheiro com artistas nacionais (nada contra festas públicas, desde que realizadas com responsabilidade social), grande parte da população sofre com a fome diária, a péssima qualidade de vida e os serviços públicos municipais inadequados. A atual gestão municipal se utiliza de malabarismos retóricos, distorções e festas mirabolantes para tentar disfarçar o que todos podem ver: 60% de nossa cidade está abandonada, enquanto a população clama por socorro.
Não podemos ser ingênuos ao avaliar a situação atual de Maceió e achar que as falhas de gestão da prefeitura na educação, saúde, comunicação e limpeza pública são meros incidentes isolados. Estamos diante de um projeto político orquestrado e planejado em um mundo de sonhos das redes sociais, que expõe a falta de compromisso de um governo naufragado em um mar de superficialidades, agarrando-se a desculpas estapafúrdias para fugir de suas próprias responsabilidades.
Cabe a nós, jornalistas responsáveis, a missão de fiscalizar corajosamente tamanho descalabro e lutar pela dignidade da maioria do povo sofrido de nossa querida Maceió. Não podemos mais contar com a conivência e omissão da grande maioria dos vereadores, que não respeitam o mandato que receberam e fazem parte da famosa bancada da situação. Basta! Em 2024, é hora de os maceioenses tomarem vergonha na cara, pois o voto não é papel higiênico!