O que leva um gestor a desrespeitar políticas públicas para realizar gastos excessivos?

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Primeiramente, é importante frisar que não temos nada contra a pessoa do prefeito João Henrique Caldas. Na condição de político e gestor, ele sempre receberá os devidos elogios. Não temos objeções às festas e shows, pois a população necessita de entretenimento e alegria. Contudo, causa-nos estarrecimento o montante milionário gasto em cachês astronômicos para artistas nacionais, enquanto os artistas locais são deixados em situação de miséria.

Um gestor comprometido com a transparência e o correto uso do erário público deveria direcionar grande parte desses recursos para a construção de creches, o pagamento pontual de todos os funcionários terceirizados na área de saúde municipal, o saneamento básico da cidade e o investimento na educação pública local. Além disso, deveria destinar recursos para as devidas indenizações das vítimas da Braskem. Infelizmente, observamos que a atual administração não tem se mostrado sensível a essas necessidades.

O problema acentua-se quando percebemos que o governo conta com uma bancada que apenas o apoia, sem fiscalizar suas ações à frente do município. Os vereadores, por sua vez, parecem interessados apenas em seus próprios benefícios. É necessário que a população desperte para essa realidade. Maceió não se resume a festas; nossa realidade é marcada por milhares de habitantes sem moradia, emprego e condições de sustentar suas famílias.

Nas eleições de 2024, é imperativo que a população esteja atenta, recuse a venda de votos e escolha representantes mais comprometidos. O voto não deve transformar-se em um instrumento descartável. Os vereadores não devem ser meros paladinos dos gestores públicos, mas sim indivíduos responsáveis, socialmente comprometidos e defensores da democracia. O mandato de um gestor municipal não pode ser encarado como o quintal de casa; ao contrário, é um compromisso com a sociedade como um todo. É preciso reconhecer que os números revelam um desequilíbrio social e a miséria que assolam a maioria da população local, colocando Maceió entre os municípios mais pobres do Brasil.