14/06/2023 às 22h18min - Atualizada em 14/06/2023 às 22h18min

Cidade em estado de caos

Controvérsia e preocupações em torno da instalação de um terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió

Por: Assessoria
Área da Timac (ácido sulfúrico) no Porto de Maceió (Foto: reprodução)
 

A autorização concedida pela prefeitura da capital alagoana para a instalação de um terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió tem gerado grande controvérsia. O empreendimento, localizado em uma área densamente povoada e com intensa atividade turística, representa um sério risco ambiental e à população local. A decisão tem despertado críticas de especialistas, políticos e membros da sociedade civil, que alertam para os perigos envolvidos.

Despreocupação com o meio ambiente e a população: Ao autorizar a instalação do terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió, o prefeito JHC mostra uma clara despreocupação com o meio ambiente e a população local. A área escolhida para o empreendimento é uma região de grande importância turística, com a presença de bancos de corais e piscinas naturais. Esses ecossistemas frágeis estão em risco caso ocorra algum acidente envolvendo o ácido sulfúrico. Além disso, a proximidade com áreas urbanas aumenta os perigos, uma vez que a população poderia ser diretamente afetada em caso de vazamentos ou explosões.

Estudo superficial dos riscos: Um estudo apresentado pela empresa responsável pelo terminal de ácido sulfúrico minimizou a toxicidade do material e ignorou os potenciais danos causados por um acidente. A multinacional francesa, que trabalha com fertilizantes, falhou em levar em consideração os impactos devastadores que um incidente poderia causar aos ecossistemas marinhos e à saúde dos moradores da região. Ignorar a possibilidade de um desastre ambiental é uma negligência que não condiz com a responsabilidade que se espera de um prefeito.

Descumprimento da legislação municipal: A instalação do terminal de ácido sulfúrico viola uma lei municipal que estabelece uma distância mínima de 500 metros da zona urbana para construções desse tipo. No entanto, a prefeitura de Maceió ignorou essa legislação e permitiu que o empreendimento fosse implantado em uma área muito próxima às áreas residenciais e comerciais da cidade. Essa atitude revela uma falta de compromisso com a segurança e o bem-estar dos cidadãos, priorizando interesses econômicos em detrimento do cumprimento da lei.

Mobilização da sociedade: Diante da gravidade da situação, o deputado estadual Delegado Leonam e a vereadora Teca Nelma têm se empenhado em impedir a instalação do terminal de ácido sulfúrico. Ambos têm alertado para os riscos ambientais e para a possibilidade de um desastre que poderia comprometer a vida marinha, as áreas turísticas e a saúde da população. A criação da Frente Parlamentar contra o armazenamento de ácido sulfúrico no Porto de Maceió, bem como a denúncia formalizada ao Ministério Público Estadual e Federal, demonstram a preocupação e a determinação desses políticos em proteger o meio ambiente e garantir a segurança da população.

A postura irresponsável do prefeito JHC: A decisão do prefeito JHC de autorizar a instalação do terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió revela uma postura irresponsável e negligente em relação ao meio ambiente e à segurança da população. Ignorar os riscos envolvidos nesse empreendimento é uma afronta ao bem-estar dos cidadãos e coloca em perigo os ecossistemas marinhos da região. É fundamental que a sociedade se mobilize e exija a revisão dessa autorização, garantindo que a proteção ambiental e a segurança da população sejam prioridades acima dos interesses econômicos de curto prazo. O futuro de Maceió depende de escolhas responsáveis e conscientes, que valorizem a preservação dos recursos naturais e a qualidade de vida dos seus habitantes.

Relação com o desastre da Braskem: Além das preocupações relacionadas à instalação do terminal de ácido sulfúrico, é importante destacar que a cidade já enfrentou um grave desastre ambiental recentemente. A ocorrência de afundamentos de solo na região de Pinheiro, em Maceió, está relacionada às atividades de extração de sal-gema pela empresa Braskem. Esse desastre, conhecido como "Crateras de Maceió", causou prejuízos significativos às comunidades locais, afetando diretamente a vida de milhares de pessoas. Esse episódio trágico evidencia a necessidade de precaução e cuidado ao permitir qualquer empreendimento que possa representar riscos ambientais e à população.

A importância da atuação das autoridades competentes: Nesse sentido, é imprescindível que as autoridades competentes, como o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram), ajam de forma responsável e rigorosa na avaliação dos Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) relacionados ao terminal de ácido sulfúrico. É fundamental aprender com os erros do passado e não repetir negligências que possam comprometer o futuro de Maceió e de suas comunidades.

Portanto, é necessário que a população e os órgãos responsáveis permaneçam vigilantes e atuantes, exigindo transparência, rigor técnico e a priorização do bem-estar coletivo em todas as decisões que afetem o meio ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos. A autorização para a instalação do terminal de ácido sulfúrico no Porto de Maceió deve ser revista, levando em consideração os riscos e impactos negativos potenciais. A segurança da população e a preservação do meio ambiente devem ser prioridades, para garantir um futuro sustentável e saudável para Maceió e seus habitantes.

 
Por: Antônio Fernado da Silva (Fernando CPI) -  Registro jornalista: 0002099/AL
 

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