05/09/2024 às 20h37min - Atualizada em 05/09/2024 às 20h37min

JHC e Vai de Bet: Prefeitura de Maceió faz parceria com empresa de apostas acusa de fraudes

assessoria
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A administração do prefeito João Henrique Caldas (JHC) precisa explicar a parceria com a Vai de Bet, empresa de apostas online agora alvo de uma operação policial que investiga fraudes bilionárias. A relação, que envolveu patrocínios de grandes eventos municipais, levanta sérias questões sobre transparência e uso de recursos públicos.
Em 2024, sob a gestão de JHC, a Vai de Bet foi a principal patrocinadora de dois dos maiores eventos realizados pela prefeitura: o Massayó Verão e o São João Maceió. Estes eventos custaram mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos, com R$ 30 milhões destinados apenas às atrações artísticas.

O cantor Gusttavo Lima, embaixador da Vai de Bet, recebeu um cachê recorde de R$ 1,2 milhão por duas horas de show durante o São João Massayó. Durante sua apresentação, Lima promoveu ativamente a marca, inclusive operando uma roleta da empresa no palco.

O próprio prefeito JHC participou diretamente na promoção da marca, subindo ao palco durante os eventos patrocinados pela Vai de Bet. Contudo, até o momento, a prefeitura não publicou contratos ou prestações de contas relacionados a este patrocínio. O Portal da Transparência de Maceió também não registra pagamentos envolvendo a empresa de apostas.

A situação se agravou com a deflagração da Operação "Integration" pelas polícias civis da Paraíba e de Pernambuco. A Vai de Bet está sob suspeita de fraudes estimadas em R$ 2,1 bilhões, resultando em ordens judiciais para o sequestro de bens e bloqueio de ativos financeiros.

Especialistas em administração pública expressam preocupação. "A falta de transparência nessa parceria é alarmante," afirma a Dra. Maria Silva, professora de Direito Administrativo da Universidade Federal de Alagoas. "É fundamental que o prefeito JHC esclareça os termos desse patrocínio e como foi conduzido o processo de seleção da empresa."

A oposição na Câmara Municipal de Maceió anunciou que vai solicitar uma investigação sobre a parceria. O vereador João da Silva (Partido X) declarou: "Precisamos entender como, sob a administração de JHC, uma empresa agora investigada por fraudes bilionárias teve acesso privilegiado a eventos públicos de nossa cidade."

A Prefeitura de Maceió e o gabinete de JHC foram procurados para comentar, mas não responderam até o fechamento desta matéria. A reportagem também tentou contato com representantes da Vai de Bet, sem sucesso.

O caso levanta questões cruciais sobre a gestão de JHC, a relação entre poder público e empresas privadas, especialmente no setor de apostas, e promete ser um tema central nos debates políticos e jurídicos em Maceió nos próximos meses.
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